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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Eu tenho uma cachorra doida - parte 2

AS TENTATIVAS DE FUGA

* Pitty pensando em mais uma maneira de escapulir


Assim que chegou em casa , Pitty foi ganhando espaço rapidamente com seu carinho, suas manias hilárias e, é claro, seu olharzinho de "Gato de Botas".

Ela consegue tudo com esse olhar, e , por muitas vezes me vi sendo controlada por ela. Por exemplo: Lugar de cachorro é no quintal. Errado! Ela dorme conosco, na cama. E domina o espaço. É óbvio que ela é mais limpa do que muita gente por aí, se levanta quando quer fazer cocô ou xixi - temos que abrir a porta para ela ir se satisfazer no quintal - e fica bem quietinha. Conseguiu tudo isso com o efeito "tremedeira", que ocorria todas as vezes que fechávamos a porta para ela dormir no quintal. Parecia que ela estava sendo jogada na rua em plena nevasca, o que cortava o coração da gente.

Mas, enquanto o problema era só esse, não podia nem ser chamado de problema. Ela ficava atrás da gente feito sombra, e , se não fechássemos a porta do banheiro, ela ia ficar sentada em frente ao vaso assistindo ao "grande espetáculo". A parte boa é que ela adora dormir, agora mesmo está jogada no chão em frente ao ventilador, e costuma nos dar sossego nessas horas.

Só que, as surpresas estavam só começando: na época em que ela veio pra casa, nós morávamos em São José dos Campos/SP, e eu e o meu marido trabalhávamos, sendo que eu entrava às 7h e ele às 8h. Então, tínhamos um ritual: eu acordava antes, soltava a Pitty para ela "descarregar" e deixava a porta aberta, já que morávamos na casa dos fundos da minha mãe, e não tinha problema algum nisso. Meu marido saía, e aí ele deixava ela solta no quintal, e trancava a porta.

Esse esquema parecia perfeito, até a Pitty descobrir suas saídas: Havia um muro que dividia o quintal da casa dos meus pais e o meu quintal, que tinha certa de 1,70m, que deduzimos que seria seguro pra ela. Pois bem, ficamos na dedução. Certo dia, ao chegar em casa, nos deparamos com a Pitty no quintal dos meus pais disputando um espaço - já não muito grande - com um Labrador de 50 Kg, o Max. A sorte é que nossa casa ficava fechada por um portão de uns 2,0 m que meu pai tinha feito, e do outro lado a porta da cozinha impedia que ela saísse - se estivesse fechada, é claro. Sorte não por muito tempo. Não bastasse ela pular o muro, ela ainda caminhava sobre ele, assim, feito um gatinho... E, o que fazia? Caminhava pelo muro até chegar no portão e dali só tinha 30 cm pra pular. Muito esperta, não? Aí, meu pai, serralheiro de mãos cheias, fez uma adaptação no portão do nosso lado, diminuindo os espaços da grade, impedindo que a magrelinha passasse. Eficaz? Não. Ela conseguiu o que parecia impossível: na ânsia de nos seguir quando saíamos pra trabalhar, ela pulava o muro da garagem, que dividia as casas, de aproximadamente 1,90m, sem o menor esforço, aí, escapava pelo portão dos meus pais, que não era "adaptado" para ela. Foram tantas tentativas frustradas de impedir a Pitty de fugir que não sabíamos mais o que fazer. A casa já estava parecendo uma fortaleza, cheia de grades e telas (nem um ladrão saberia como entrar lá), já lembrava Alcatraz! Mas ela era impossível!! Eu, que sempre fui contrária à idéia de ter um animalzinho preso, tive que me render, em nome da segurança dela mesmo! Aí começou a era das coleiras... Ela comeu umas três daquelas peitorais, que evitavam os machucados no pescoço. Assim, tivemos que apelar para as tradicionais, que ela ainda não conseguiu comer nenhuma.

Até que, no meio do ano passado, decidimos virar nossas vidas de cabeça pra baixo, incluindo nossa filha canina. Meu marido veio pra Cuiabá pra trabalhar e eu fiquei em SP até ele se organizar por aqui. Pitty ficou comigo, e tinha que ficar presa na cordinha, fazer o que. Meu pai até fez uma engenhoca que permitia que ela se locomovesse estando presa, a qual chamamos de cachorrólibus. Foi o que a manteve segura e nos manteve tranquilos até a mudança.
Mas aí, quando vim passar as férias aqui, decidi já trazer a Pitty, já que viria em definitivo com meu carro, e diante do que vocês já viram, viajar 1800 km com ela, de carro, não seria nada fácil! Compramos a minha passagem - e a dela - e começaram os preparativos: caixa, vacinação, spray contra o mosquito da Leishmaniose, ou seja, já pagamos por ela umas duzentas vezes, em menos de dois anos com essa porqueirinha (não que ela não valha cada centavo). Enfim, despachei a Pitty junto ao compartimento de bagagem, já que ela é levinha ... Ela foi em um compartimento especial abaixo da cabine do piloto. Tomou um remedinho pra ficar meio grogue, o que funciona incrivelmente rápido, e foi-se. Antes de decolar, de dentro da aeronave eu só conseguia ficar olhando pela janela esperando o momento em que ela apareceria correndo pela pista seguida por vários tiozinhos da Infraero... Me deu dor de barriga a viagem inteira, imaginei ela saltando da aeronave em pleno voo, sendo desviada para outro estado, ou pior, país! Nada é impossível para a Pitty. De qualquer forma, ela chegou, e ficou aqui com o maridão por um mês, enquanto eu me desligava da empresa que trabalhava em SP. Foi horrível ficar sem ela, e ela até ficou doente, não queria comer, perdeu muito pelo e peso também. O maridão deu vitaminas, água de côco, de tudo pra ela sarar, mas só se recuperou mesmo quando viu a mamãe dela de volta...rs

Aqui ela já descobriu milhares de maneiras de escapar: pelo muro dos fundos de mais de 2m, pelo vão da porta da sala, pela janela do andar de cima (sem se quebrar toda, acreditem), pela casa do vizinho... e é por isso que ela tem que ficar presa quando saímos, ou então levamos ela junto... Até pra Chapada dos Guimarães essa cachorra já foi, pode?

Mas eu vou voltar pra falar dos pontos fortes dela, pq senão não haveriam motivos para aguentarmos tanta bagunça, não é?

Beijos a todos! Até a próxima!

Um comentário:

  1. Essa cachorra vai ficar na história! rsrsrsrs
    Pena a mãe dela não ter perdido pelos e peso na ausência da filha, kkkkkkkk, uma vez eu vi um filme que a mãe queria que a filha se casasse com algum bom partido e ela dizia: Filha vc tem que se arranjar antes dos 30, pq depois aparecem pelos no rosto e pescoço, rsrsrsrs ....
    beijos

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